Anabolizantes e suplementos alimentares, saiba as diferenças
No meio esportivo, e não raramente nas academias de todo o país, o termo “bola” é, muitas vezes, usado para designar anabolizantes, produtos muitas vezes confundidos com os chamados suplementos alimentares. Os dois produtos são coisas completamente diferentes.
De acordo com Malu Bastos, nutricionista da Associação Brasileira da Indústria de Alimentos para Fins Especiais e Congêneres (Abiad), “existe mesmo uma confusão de conceito entre os dois produtos que precisa ser esclarecida”, afirma.
Ela explica que os suplementos alimentares são produtos elaborados com ingredientes alimentícios, podendo ser adicionados de um ou outro nutriente sintético idêntico ao presente nos alimentos, enquanto os anabolizantes ou esteroides anabólicos são derivados sintéticos da testosterona e de outras substâncias medicamentosas, que podem agir negativamente sobre o organismo e trazer problemas de saúde. “Os suplementos alimentares são produtos destinados – como o nome diz – a suplementar a dieta e que contêm ingredientes como proteínas, vitaminas, minerais, carboidratos, aminoácidos ou a mistura desses nutrientes em quantidades preestabelecidas. São normalmente ingeridos na forma de cápsulas, tabletes, bebida ou pó para preparo de bebida, tornando-se uma forma conveniente para a obtenção dos nutrientes necessários durante a prática de exercícios ou em competições, por exemplo”, destaca a nutricionista.
Ela observa que todos os suplementos alimentares comercializados atualmente passam pelo crivo da Anvisa para serem revendidos no Brasil. “O número de registro da Anvisa deve constar na embalagem de cada produto e sinaliza que ele foi avaliado pela agência e que seu consumo, nas quantidades sugeridas, é seguro e benéfico ao esportista profissional ou ocasional.”
É importante lembrar que “ocasional” não quer dizer “eventual”, ou seja, pessoas que façam exercícios de menor intensidade do que os profissionais, porém de forma constante, e não aqueles que se exercitam eventualmente, em um ou outro final de semana, por poucas horas.
A profissional lista os principais suplementos alimentares que podem ser encontrados atualmente no Brasil e que podem beneficiar os esportistas. Já quem não pratica nenhum tipo de exercício físico não precisa se preocupar com a questão. Afinal, esses suplementos são para aqueles que querem, de alguma maneira, melhorar ainda mais seu desempenho em algum esporte.
Para os sedentários, antes de pensar no que tomar, é preciso pensar como e quando eles começarão a se engajar em uma rotina constante de exercícios físicos. E só muito tempo depois precisarão voltar para ler esta matéria.
Tipos de suplementos disponíveis para esportistas:
• Proteicos: formulados à base de proteína do soro do leite (Whey Protein), caseína e/ou clara de ovo em pó para preparo de shake, barras ou bebidas;
• Repositores Energéticos: produtos à base de diversos tipos de carboidratos como maltodextrina, dextrose, frutose, podendo ser adicionados de vitaminas e minerais;
• Repositores Hidroeletrolíticos: bebidas para hidratação com carboidrato, vitaminas e eletrólitos;
• BCAAs: como popularmente são conhecidos os aminoácidos essenciais isoleucina, leucina e valina;
• Hipercalóricos: produtos completos destinados a auxiliar na oferta de caloria, energia e demais nutrientes;
• Suplementos de Vitaminas e Minerais, isolados ou na forma de complexos vitamínicos.
Já entre os produtos que não podem ser comercializados no Brasil, que podem ser classificados como anabolizantes, estão os “termogênicos e os ditos ‘queimadores de gorduras’, como o ácido linoleico conjugado (CLA), os aceleradores do metabolismo e estimulantes do sistema nervoso central, os precursores do hGH e IGF1 e os anabolizantes e anabolizantes naturais pró-hormonais”, conclui Malu Bastos.
Esses devem passar longe tanto dos esportistas quanto daqueles que não fazem nenhum tipo de atividade física. O fato de não serem liberados pela Anvisa já deveria ser um alerta. Mas se você ainda tem dúvidas, consulte um profissional sobre a questão. A resposta – especialmente se ele for um profissional sério – também será negativa.
Da Redação do portal ‘O que eu tenho?’, parceiro Track&Field
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