Maratona de Santa Catarina

Maurício Dreyfuss, o programador que toma conta do site da Track&Field, além de entender tudo sobre códigos html, flashs e afins, também manda muito bem no mundo das corridas.

Ele participou, de última hora, da Maratona de Santa Catarina, que aconteceu em Florianópolis no dia 2 de outubro. Depois de enfrentar mais esse desafio, Maurício contou pra gente como foi participar da prova:

“Corro regularmente há muitos anos, mas sempre fui adepto de corridas rápidas e de alta intensidade, de 5 ou 10 km. De uns tempos pra cá tenho corrido mais por conta da recente adesão da minha mulher ao esporte, por isso começou a surgir em mim a vontade de vencer o desafio de uma maratona.

Há um tempo até cheguei a pensar que daqui a três anos eu completaria 42 anos de vida e seria uma boa ocasião para correr os 42 km. Aí fiquei sabendo que a Track&Field iria participar da organização da Maratona de Santa Catarina, com trajeto passando pela avenida em que eu corro várias vezes durante a semana, o que me fez repensar toda essa espera. “Não sei o que vai acontecer daqui a três anos. Hoje eu estou bem, não vou esperar nada”, pensei. Não perdi tempo e me inscrevi.

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Apesar de não ter muito tempo para treinar para a prova dei uma intensificada nos treinos correndo de 12 a 15 km uma vez a cada dois dias. Apesar de não ser o ideal, eu tinha um plano baseado no meu condicionamento físico, que conheço muito bem. Já sabia tudo a respeito da alimentação e hidratação ideais, já conhecia todo o apoio das corridas da Track&Field e estou acostumado a correr monitorando muito bem a velocidade, intensidade e frequência cardíaca pelo meu GPS. Tranquilo, bem descansado e bem alimentado, parti para a prova.

O dia estava perfeito pra correr, nublado e com uma temperatura amena. Deixei todos saírem e sai por último. Um cara muito simpático do meu lado começou a conversar comigo, era a primeira maratona dele, o Leonardo. Fomos juntos numa média de 7 min/ km durante o primeiro trecho, conforme o planejado. Procurei me hidratar, me alimentar, dei uma alongadinha e uma caminhadinha sem deixar esfriar o corpo e parti para os 22 km. Chegando lá, mais alguns momentos de descanso, alimentação e hidratação. Já tinha feito meia, mas nem pensei nisso, pensei na próxima meta que culminava exatamente com o ponto de partida, no quilômetro 32 (os últimos 10k iam em direção ao sentido contrário). Senti que poderia chegar sem maiores problemas e minha ideia era que caso sentisse dores ou algum desconforto ao chegar lá, poderia parar e dar por encerrada a corrida, pois preservar a saúde física é sempre o mais importante. Fui mantendo meu ritmo e cheguei melhor do que pensei. Fazendo o mesmo procedimento das paradas anteriores, parti para os últimos 10 km. Foi aí que o “bicho pegou”.

Por volta do quilômetro 37 minhas pernas começaram a doer e passei a ter dificuldade de manter o ritmo. Ao chegar no retorno para voltar os últimos 5 km até a chegada, tive que parar. Lembrei de um maratonista, o Sandro Krolow, da Latin Sports, que havia me aconselhado: “Se você estiver bem nos 37 km, você completa a prova”. Na hora eu ri e ele me explicou, dizendo que os últimos quilômetros são realmente os mais difíceis e muitos não conseguem avançar nem andando.

Eu senti na pele o que ele disse, pois minha perna esquerda começou a dar sinais de que teria câimbra. Resolvi andar um pouco para não agravar a situação, já que ainda havia uma hora para o limite de tempo da prova. Andei cerca de 1 km, comecei a testar dar algumas passadas e levemente voltei a correr, mas bem devagar. Fui assim até o último quilômetro, aí sim senti que já estava com a taça na mão e voltei a correr atravessando o túnel, até entrar na área de competição e atravessar a linha de chegada no gás.

Post 97 - b

Fui o último, da largada até a chegada. O pessoal do staff sempre incentivava, em todos os postos de hidratação. Na chegada, uma massagem foi providencial para começar ali mesmo o processo de recuperação. No dia seguinte peguei as dicas do que fazer com amigos personal trainers e com minha mulher, que é nutricionista.

Todo mundo tem suas razões pessoais pra colocar à frente de si alguns desafios na vida e comigo não é diferente. Acho importante dizer que sou acostumado a fazer muito esporte, já participei de várias competições em diversas modalidades e já participei de atividades até mais extenuantes do que essa. Além disso, sei que o percurso totalmente plano e o clima perfeito no dia foram fatores decisivos nessa história. Quando eu for a uma próxima, com certeza vou fazer direito e treinar como se deve.

(Um detalhe: comecei a última frase escrevendo “Se eu for a uma próxima”. Apaguei e troquei para “Quando eu for a uma próxima”. Já viu, né?!)”

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